A consolidação das Ruínas de São José da Boa Morte, localizada no distrito de Cachoeiras de Macacu (RJ), é um marco na preservação do patrimônio histórico carioca. A iniciativa busca proteger e valorizar este importante remanescente da arquitetura religiosa do século XVIII, promovendo sua salvaguarda como bem cultural e potencial catalisador do desenvolvimento social e econômico da região.

O projeto é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, com patrocínio da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e apoio da Prefeitura de Cachoeiras de Macacu, além da participação ativa de moradores locais. A Elysium Sociedade Cultural, entidade proponente com mais de 35 anos de atuação no Brasil, coordena a execução da obra com uma equipe especializada em arquitetura e restauro.

As ruínas pertencem à antiga Igreja de São José da Boa Morte, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) em 1989. O edifício foi construído com uma técnica tradicional do período colonial, que combina pedras e tijolos assentados, conhecida como junta seca embrechada.

Hoje é possível reconhecer vários elementos originais da antiga igreja, como a nave central preservada, restos da torre lateral, fachada com um grande portal em arco, janelas altas com acabamento arredondado e a capela-mor, uma área mais estreita no fundo da igreja,

O princípio fundamental do projeto é preservar a autenticidade da construção,  respeitando tanto sua integridade material quanto seu valor simbólico. Isso inclui manter as marcas do tempo, as intervenções acumuladas ao longo dos anos e a ambiência natural que compõe a paisagem do entorno.

Preservar é um gesto de cuidado com o que nos antecedeu e que ainda pode nos ensinar. Com especial atenção à sustentabilidade e ao mínimo impacto no sítio arqueológico, toda intervenção é conduzida em conformidade com os órgãos de preservação e acompanha práticas como a reutilização de materiais e o correto manejo de resíduos.

A consolidação das ruínas integra um plano mais amplo, que prevê a criação de um parque cultural e ecológico no entorno do sítio. Essa iniciativa amplia os significados do patrimônio histórico, promovendo a integração entre memória, turismo, natureza e comunidade.