As Ruínas de São José da Boa Morte representam um símbolo de fé e da história social da região de Cachoeiras de  Macacu (RJ). O sítio arqueológico guarda os vestígios de uma antiga igreja, construída por volta de 1734, inicialmente em pau-a-pique, pedra e cal, pela Irmandade de São José da Boa Morte.

Em 1834 a igreja se tornou independente da Paróquia de Santo Antônio de Sá e passou por uma ampliação para se tornar matriz, mas os recursos para a reforma só foram liberados em 1840,  financiado pela elite da sociedade. A beleza do edifício impressionava pelos pisos de mármore e albânia e as janelas pintadas de dourado, além de uma fachada que foi concluída em uma segunda fase da obra.

O local funcionava como um espaço de culto e refúgio espiritual para aqueles que enfrentavam os momentos finais de suas vidas, ainda mais durante os surtos de malária que afetaram a população no século XIX.

Moradores acreditavam que, ao serem enterrados ali, poderiam falecer em paz, assim como São José. Essa prática foi comum até 1850, quando uma nova lei proibiu os sepultamentos dentro de igrejas, encerrando oficialmente a tradição.

Com o passar do tempo, o templo foi gradualmente colocado em desuso. A localização em área pantanosa, somada à instabilidade do solo, ao avanço da vegetação e à falta de cuidados regulares, contribuiu para a progressiva deterioração da estrutura.

O valor histórico e cultural das ruínas foi reconhecido oficialmente em 1989, quando o conjunto foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Esse reconhecimento impulsionou iniciativas de conservação e estudos sobre o sítio. O tombamento garantiu a proteção legal do local e abriu caminho para ações de consolidação e requalificação.

Cortada pelo Rio Macacu, a região das ruínas atualmente tem se destacado como destino para amantes do ecoturismo e esportes radicais, atraindo praticantes de trekking, montanhismo e rapel em meio a cenários naturais com picos e diversas cachoeiras.

Agora, o local se prepara para um novo ciclo. Com o projeto de consolidação, que valoriza tanto a história quanto a beleza natural ao redor das ruínas, São José da Boa Morte ganhará novas estruturas e atividades culturais, tornando-se um destino imperdível.